Cantinho da Ajuda

Este é um espaço para o reconhecimento e a manifestação das angústias, das incertezas que temos como  pais e mães no processo de educação de crianças e adolescentes. 

 

 Suas dúvidas são como essas?

  • Como educar para o consumo? O que fazer quando a criança faz birras? Meu filho sofre bullying, o que fazer?

  • Como ajudar a criança a superar seus medos? O que fazer quando o adolescente não obedece regras?

  • Compartilhe suas angústias!

40 comentários:

  1. Bom dia Luciene!!!

    Em primeiro lugar quero parabeniza-la pela excelente palestra proferida no dia 08/09/12 no Colégio São José em São Jose do Rio Preto.
    Em segundo lugar são as duvidas dos "Pais";]
    Tenho um filha de 13 anos, completa 14 anos no final do ano, tira notas boas, tranquila não da muito trabalho, porém não está isenta do "consumismo", este dias atras me pediu um celular que comprado nos EUA sairia por R$ 1.300,00, falei que era um absurdo pagar este valor por um celular, sendo que ela já um aparelho que foi comprado o ano passado com o dinheiro que ela ganha(mesada, presentes, etc). Informei que o aparelho que ela possui é muito bom, que nem o papai e a mamãe tem um cel daquele, porém ficou brava e irritada com nós.
    Mas fui decidido na minha opinião, mas percebi que poderia proceder de outra forma.
    Neste exemplo exposto como podemos lidar???

    Meu nome: Carlos Eduardo
    Email: eduardos2005@terra.com.br

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  2. Olá Carlos Eduardo. Agradeço as palavras carinhosas sobre a palestra.
    Que bom que está repensando muitas coisas sobre a educação de nossos filhos! Dá um trabalho e tanto, não?
    A professora Adriana Braga, especialista em consumo logo lhe responderá sobre essa questão que aborda.
    Um abraço carinhoso e continue em contato conosco
    Luciene Tognetta

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  3. Ola, Luciene, estou entrando no blog, primeiro para agradecer voce ter vindo a Taubate, com o curso de formaçao de pais, e trazido tanto carinho ao conversar conosco sobre um jeito diferente de educarmos nossos filhos. Adorei aprender sobre elogio descritivo , sobre como nao usar de palavras que a criança se sinta inferiorizada quando acontece algum acidente na cozinha ,e como tentar ser o adulto(equilibrado)da relaçao. Mas , como disse , a Adele Faber e a Elaine Mazlish no livro PAIS LIBERADOS FILHOS LIBERADOS, as vezes a gente escorrega no velho costume ,nao é facil mudarmos habitos tao cristalizados .... mas é um esforço que vale a pena... é um jeito melhor de amarmos ...
    vou aproveitar esse espaço para manter contato com voce e ir tirando as duvidas do dia a dia e ir fortalecendo esse novo aprendizado ... um grande beijo a voce Vanessa Nassif

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    1. Querida Vanessa,

      É isso mesmo!!! Você tem toda razão, não é fácil mudar velhos costumes , mas o importnte é o esforço e cada dia um pouquinho vamos desconstruindo os hábitos que estão cristalizados e assim nos fortalecendo para esse novo aprendizado.
      Um Beijo
      Luciene Tognetta

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  4. Oi Luciene!
    Quero parabenizá-la pelo trabalho realizado em Feira de Santana - Bahia, foi proveitoso não esquecerei de perguntar para minhas crianças: O que é preciso para... ou o que você ... enfim, foi MARAVILHOSO!
    Agora preciso de ajuda para saber, o que fazer com a minha filha de 14 anos que não obedece regras, responde a mim e ao pai sem receio nem vergonha, grita em casa conosco e quer impor sempre a sua vontade sobre todas as pessoas, avô, avós principalmente. Ela foi filha única, neta unica por 13 anos e agora temos uma bebê de 1 ano, e ela ama muito a irmã, mas passamos por maus pedaços no início da chegada da nossa bebê.Ela responde, destrata, faz caras e bocas, muxoxos e responde muito, aliás ela sempre tem que dar a ultima palavra.
    Por favor, ajude-me.
    Um abraço

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    1. Imagino o quanto sofre por não saber como lidar com sua filha. Mas não se desespere, é normal na fase da adolescência, a rebeldia.
      Você pode ajudá-la primeiramente reconhecendo os sentimentos dela quando grita ou demonstra suas vontades. Você pode nomear os sentimentos que ouve ou interpreta, dizendo: "imagino o quanto está chateada...", "estou vendo o quanto está com raiva...", "Eu entendo que você está irritada por não fazer o que você quer...", “isso me parece bastante frustrante”.
      Além disso, se quer manter uma relação de confiança com sua filha é indispensável usar uma linguagem que chamamos de "descritiva", que não emite julgamento ao caráter, mas descreve o que está sentindo ou vendo. Ela é capaz de ouvir suas declarações, não fale diretamente dela, mas fale o que sente diante das situações muitas vezes causadas por ela, você pode dizer : "me sinto triste quando grita comigo", "eu fico chateada quando você trata seus avós dessa maneira...", "estou incomodada com seus gritos". Usar a linguagem descritiva é fundamental porque como não se acusa ou julga, ajuda a focalizar o que precisa ser feito. Se não acusá-la, ela não tem porque se defender. Se não precisa se defender,ela pode pensar em como pode resolver os problemas. E esse é próximo passo, ela precisa demonstrar o que sente sem ofender as pessoas, pergunte à ela de que outra maneira ela poderia ter questionado uma regra sem que para isso precisasse te ofender e é ela quem deverá pensar em outras maneiras de resolver um problema sem ser agressiva. tenha paciência, essa fase passrá. leia um livro chamado "Pais e jovens" de Haim Ginot. procure esse livro no site www.estantevirtual.com.br
      Um abraço e sempre que precisar nos escreva.
      Luciene Tognetta

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Olá Pessoal,

    Depois de algum tempo após ter feito o curso com a Luciene aqui em Taubaté, comecei a perceber que as coisas já não estavam mais indo tão bem como antes. Resolvi então ler o livro básico do curso: “Pais Liberados Filhos Liberados”. Achei legal ver que as autoras, logo no começo, descrevem a mesma sensação pela qual estou passando no momento. Mas o que motivou vir aqui escrever é que, no primeiro capítulo, ela descreve uma palestra do Dr. Ginott. Nesta palestra, ele fala do “elogio descritivo” e conta um caso de uma menina que leva um desenho para ele ver. Esta passagem do livro me fez lembrar o livro “O Pequeno Príncipe”. No primeiro capítulo de seu célebre livro, Saint-Exupéry descreve sua incursão nas “artes” tentando fazer um desenho que ilustrasse uma ideia que tinha concebido ao ler um livro. Devido a reação aos seus desenhos, ele se viu obrigado a escolher uma outra profissão e abandonar “uma esplêndida carreira de pintor”, segundo ele mesmo.
    Isso me pôs a pensar sobre como se deve proceder nesses casos. No exemplo dado pelo Dr. Ginott, ele descreve a paisagem que vê, mas no caso do Saint-Exupéry, o negócio se parece mesmo com um chapéu e o personagem ainda quer que as pessoas tenham medo daquilo! Eu lembro que no curso a Luciene nos falou para perguntarmos para o “autor da obra” o que ela é. Não sei se neste caso eu teria esta capacidade, pois estou vendo o chapéu ali e não tenho duvidas do que é, mas vamos considerar que eu conseguiria pensar nisso levando em conta a dica do garoto de que aquilo deveria me causar medo. Este “approach” me põe, então, uma nova questão: a criança não se cansa de ter a gente o tempo todo perguntando o que é que ela desenhou? O próprio autor responde esta questão no seu livro quando escreve que “as pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando”. Eu poderia desconsiderar esta fala do autor, afinal ele era um piloto e não um especialista em educação infantil, mas no artigo “O PEQUENO PRÍNCIPE: A IMPORTÂNCIA DOS SÍMBOLOS”, de Aline de Magalhães Lima e Antonia Monique dos Santos Silva, as autoras parecem demonstrar que o Antoine de Saint-Exupéry conhecia muito da psique humana e de seus símbolos. De qualquer forma, a dúvida ainda pairava, então minha filha me trouxe um desenho que ela fez. Obviamente, eram rabiscos “lindos” e praticamente ininteligíveis, então resolvi perguntar. Ela fez uma expressão de quem dizia: “Seu idiota, não está vendo o que é isso? Está ai, tão bem desenhado”. Relembrando o comportamento da nossa pequena desde que comecei a me esforçar nesse novo conceito apresentado pela Luciene, percebi que no começo ela gostava de me explicar suas “obras de arte”, mas hoje ela parece meio desinteressada.
    Bem, tudo isso me fez apenas andar em círculos. Ao tentar exercitar o conceito do “elogio descritivo” no exemplo dado por Saint-Exupéry, acabei me vendo mais perdido do que se tivesse feito nada, então resolvi dar uma passada aqui para ver se vocês tem um “mapa” para esta este caminho. Fiquei curioso em saber como poderia ser tratada esta questão do desenho da jiboia e do elefante que Saint-Exupéry nos apresenta e como tratarmos esta questão no dia-a-dia sem sermos repetitivos, uma vez que os desenhos continuarão vindo.

    Muito obrigado pela ajuda e desculpe-me pelo texto tão longo.

    Abraços,

    Eduardo

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    1. Querido Eduardo,
      Finalmente, depois de muito tempo em que ficamos entre congressos e aulas intermináveis, lhe respondo.
      Sua dúvida tem toda a razão de acontecer. O pequeno príncipe é sensível e nos mostra que, ainda que os adultos sejam para as crianças a “aprovação social” da qual elas precisam para crescer, esses mesmos adultos precisam se utilizar de maneiras mais efetivas para que elas não se sintam o tempo todo sendo questionadas. Por isso, o elogio descritivo é antes de ser descritivo, um elogio. Então, Eduardo, por isso fazemos aquela cara de entusiasmo quando vemos um desenho de nossos pequenos... O entusiasmo é movido pelas palavras de Uau, puxa vida, nossa.... e aí vem a “carta na manga” que talvez não tenha ficado clara no curso que fizemos: “me conta sobre esse desenho”...exatamente para que a pergunta” o que você desenhou?” não seja tomada pelos pequenos como uma dúvida de adultos insensíveis que não compreendem a grandeza de suas obras.
      Um beijo, meu querido, e continue postando suas dúvidas. Elas são sempre bem-vindas pois mostram a grandeza de corações de pais que querem que seus filhos cresçam melhores!
      Luciene

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    2. Oi Luciene,

      Eu imagino a correria que deve ser o dia-a-dia de vocês. Não se preocupe com o tempo para responder, nós entendemos.
      Esta questão eu tinha elaborado antes da Beatriz nascer e ainda estava com tempo para ler, pensar e escrever.
      Eu acho que no curso você chegou a comentar algumas vezes sobre a “interpretação” que se faz necessária em diversas situações. Mas este é um grande ponto fraco meu; acho que eu não conseguiria um chance nem para fazer o papel do Data; do R2-D2 quem sabe... :-D
      De qualquer forma, obrigado por relembrar o item. Se voltarmos ater o curso aqui no ano que vem e se eu tiver disponibilidade, acho que vocês me verão lá novamente. Acho que vai ser bom para reforçar os conceitos. Além disso, vai ser interessante poder participar com uma base melhorada sobre o assunto.

      Grande Abraço,

      Eduardo

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  6. Olá pessoal,

    A nossa filha nunca foi um modelo de obediência, mas acho que isso não é privilégio nosso. Sempre é preciso pedir mais de uma vez e, as vezes, até ser mais duro com ela para que se obedeça. Isso sempre nos incomodou, mas ainda era, até certo ponto, tolerável; afinal, ela precisa de individualidade e personalidade. Agora que nossa segunda filha é nascida, este comportamento da mais velha tornou-se um complicador. Digo isto porque agora não temos mais toda aquela disponibilidade para nos dedicarmos a desobediência dela, além disso, as vezes essa desobediência envolve situações com a menor.
    Eu estou lendo o livro “Pais Liberados Filhos Liberados”, mas acho que nossa condição momentânea requer mais rapidez, por isso estou postando aqui na expectativa de conseguir obter ajuda mais rápida para saber como conseguir cooperação da nossa filha mais velha no sentido de atender as nossas demandas.

    Obrigado,

    Eduardo

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    1. Querido,
      Peça ajuda para que ela cuide da irmã. Diga a todos que ela é a irmã mais velha e que se não fosse a ajuda dela, que difícil estaria sendo!! Quando as visitas chegarem, diga a elas que falem que a irmã ganhou o maior presente que se pode ganhar (a irmãzinha) ainda que ela sinta o contrário, sabemos...
      Tenha paciência, essa fase irá passar. Compre uma comodazinha de brinquedo que tenha gavetas, corte papéis e escreva em cada gaveta que será: a gaveta da tristeza, a gaveta da alegria, a gaveta da saudade, da raiva...
      Enfim, diga a ela que quando quiser e estiver sentindo algum desses sentimentos, que desenhe e guarde lá... pode ajudar.
      Querido, tente não ser duro com ela. Releia esse texto “Abaixo os psicotapas” e tente colocar em ação essas intervenções mas sempre com paciência e sabedoria, que são virtudes de grandes homens, como desejamos ser!
      Um abraço
      Luciene

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    2. Oi Luciene,

      Muito obrigado pela atenção e pelo tempo que você dedica para nós.
      Com relação a Sophia, ela não mudou seu comportamento depois que a irmã nasceu. Nós observamos algumas regressões menores e algumas demandas por atenção, mas nada além disso. Ela ajuda bastante a cuidar da irmã. A desobediência a que me referi é a mesma que já existia antes da Beatriz nascer. O problema que nós estamos enfrentando agora e mais conosco do que com a nossa filha. Nós é que estamos diferentes. Cuidar da Beatriz tem sido um desafio um tanto além do que esperávamos e a privação do sono tem deixado a nossa tolerância muito baixa. Juntando isso com o pouco tempo que temos para que as coisa sejam feitas, um cenário que antes era administrável, agora se tornou um grande desafio.
      Bom, como disse, a questão é mais a gente. Acho que ficamos meio desesperados; foi muita coisa de uma vez só. Com o tempo as coisas vão melhorar com a Beatriz e aí acredito que poderemos voltar a nos dedicar aos ensinamentos do curso, com tempo e calma.
      A Ari gostou da dica da cômoda; vamos providenciar. Com relação ao artigo, assim que conseguirmos ficar acordados o suficiente para ler, nos dedicaremos a ele. :-)

      Abraço,

      Eduardo

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    3. Oi querido,
      É, a vida de pais não é nada fácil... bem-vindo ao time dos que não dormem, não comem, não descansam....
      Um abraço amigo,
      Luciene

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    4. Olá Eduardo,
      Que coisa boa saber de seu interesse por continuar estudando! De nossa parte, queremos ajudar mais e mais a fortalecer pais que têm como grande objetivo a educação de seus filhos para serem melhores que tantos que temos por aí.
      Um beijo para você e suas mulheres.
      Luciene

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  7. Olá Luciene!!
    Fiquei muito feliz em ver que respondeu ao meu pedido de socorro com relação a minha filha mais velha.E quero te dizer que o quanto é maravilhoso saber que você é alguém que se dedica a nos orientar de forma tão carinhosa! Pena que não encontrei o livro na estante virtual. Como posso encontrar?
    Um abraço carinhoso e muito obrigada!
    Feira de Santana- Bahia

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  8. Olá Luciene!!!
    Há algum tempo atrás assisti uma palestra sua em Cascavel, pelo grupo Positivo, achei fantástica, saí de lá bastante tocada e desde entao tenho me dedicado a ler e estudar o material sugerido no seu site. Mas hoje ta,bém escrevo para pedir socorro!!!!
    Tenho um filho de 2 anos e meio, é um menino bastante extrovertido, alegre e curioso, que relaciona-se MUITO bem com qualquer adulto. De maneira geral obedece bem as regras, mas estamos enfrentando uma situaçao bastante dificil no que diz respeito a seu relacionamento com outras crianças: ele se mostra EXAGERADAMENTE egoísta. Já li sobre o assunto e tudo que encontro fala que isso é uma fase que passa, mas já tenho duvidas...ele se mostra assim desde que tem aproximadamente 1 aninho e até agora nem sinal de melhora. Além do mais, nao vejo nenhuma outra criança agindo como ele, vejo que existe sim disputa por um brinquedo ou outro, mas logo tudo se acalma e com meu filho nao, ele está constantemente lutando para ficar com tudo e o outro com nada...Tudo que as outras crianças pegam ele quer, mesmo quando vamos ao parque ele briga que o balanço é só dele (ainda que tenham mais 3 ou 4 disponiveis),nossos encontros com amigos e familiares que também tem filhos tem se tornado um estresse tão grande, porque tenho que ficar o tempo todo cuidando para que ele nao tire os brinquedos de outras crianças. Antes ele nao epurrava, nem batia, mas agora começou a fazer.Fico preocupada pensando no que isso vai dar la pra frente sabe, já nao sei mais como intervir (e confesso que já tentei ignorar, por de castigo, conversas, e até "psicotapas", mas nada resolveu) nao consigo encontrar as escolhas que poderia oferecer a ele nesse momento, ja que nem sempre é possivel tirá-lo do local (quando acontece em nossa casa, por exemplo).
    Perdoe-me o desabafo, mas já estou ficando desesperada com a situaçao. Por favor me ajude...preciso de uma direçao para saber como conduzi-lo!!!
    Se tiver alguma leitura sobre o assunto para indicar eu também agradeço!
    Obrigada por tudo que tem feito por nós, pais!!!!
    Um abraço bem carinhoso,
    Carol

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    1. Olá Carol,
      Sou Anna Karolina do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, o GEPEM. A professora Luciene me pediu para responder-lhe. Ainda que a resposta tenha demorado, antes tarde do que nunca, não é? Ela lhe pede desculpas pela demora.
      Vamos lá.
      Percebe-se o quanto essa situação tem lhe deixado preocupada e o quanto você tem buscado aprender lidar da melhor forma possível com ela. Gostaria de, em primeiro lugar, tranquiliza-la, pois como você mesmo afirmou essas ações fazem parte do desenvolvimento: o egocentrismo (muitas vezes confundido com egoísmo, o que não é) é, segundo Piaget, uma das principais características da criança pequena. As crianças desde o nascimento até o período das operações concretas (dos 2 anos até os 7 aproximadamente) são egocêntricas, pois são incapazes de considerar os sentimentos, desejos e pontos de vista do outro. Até o período sensório-motor (até mais ou menos 2 anos) ocorre ainda o egocentrismo radical, pois não há ainda uma diferenciação entre a criança e os objetos, assim o mundo se resume as suas impressões, sensações, vontades e seus próprios esquemas de ação. Vinha (2000, p. 57) apresenta-nos uma situação semelhante a que você narra, veja:
      “(...) a criança vê a colega brincando com uma boneca. Como ela também quer brincar vai até lá, e simplesmente, pega-a, ocasionando certamente uma briga. Assim, observando as características do desenvolvimento infantil, percebe-se que ela não tira o brinquedo da outra porque é “malvada”, “invejosa” ou “egoísta”, mas porque ainda não consegue coordenar pontos de vista divergentes, no caso ambas querem a mesma boneca.”
      Assim, cabe a nós adultos a ação de favorecer a descentração de pensamento e sentimentos, auxiliando a criança a perceber a perspectiva do outro, para que possa paulatinamente ir coordenando o seu ponto de vista com o das pessoas que o rodeiam. Lembramos nesse momento que isso será um processo de desenvolvimento, que não se dará da noite para o dia, mas que será preciso fazê-lo sempre que houver necessidade, mesmo que seja de novo, de novo, de novo e de novo, pois educar exige de nós paciência e perseverança.
      A intervenção do adulto se dará de forma a auxiliar a criança a entender o que está acontecendo, incentivando-a a falar sobre o que sente e repetindo de forma resumida e de forma descritiva as afirmações da criança e reconhecendo os sentimentos da mesma, por ex:
      - Eu sei o quanto a gente pode ficar com ciúmes de algo que a gente goste muito!
      Depois, faz-se o mesmo com a outra criança, encoraje-a a contar sobre o que sente, repita descrevendo, para clarear os pensamentos e reconheça os sentimentos, por ex:
      - É verdade! A gente fica triste mesmo isso acontece!
      E deve-se questionar ainda: como poderiam resolver o conflito da melhor maneira? Com crianças pequenas, precisaremos ajudar dando sugestões. A solução pode ser brincar juntas, brincar um pouco e emprestar mais tarde entre outras. O fato é que a criança não deve ser obrigada a emprestar, mas deve sempre com a ajuda de uma adulto perceber seus sentimentos e os da outra criança, por ex.:
      - Veja como ela ficou triste, porque gostaria de brincar um pouquinho.
      E ajudar a criança a se descentrar, questionando-a de como se sentiria em situação similar. Se ela que quisesse o brinquedo e o colega não quisesse emprestar.
      O trabalho com jogos dos sentimentos (Tognetta 2003 e Tognetta 2009) pode ajudar bastante, pois é essencial nesse processo de desenvolvimento e de construção de valores que as crianças possam conhecer-se bem para que possam entender os sentimentos dos outros, e com isso, respeitá-los.
      Isso pode ser feito também a partir de personagens de histórias em que essas situações ocorram, questionando a criança de como será que o personagem se sente, de como ele poderia resolver de outra forma, entre outras questões.
      Esperamos ter ajudado. Estamos à disposição para qualquer comentário ou dúvida que tiver.
      Um abraço
      Anna karolina pela equipe GEPEM.

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    2. Oi Carol,
      Sugiro os suplementos dos livros da Coleção “Reizinhos” e dos “Medos” (Luciene Tognetta, Editora Adonis), também “Pais liberados, filhos liberados”, da Adele Faber e Elaine Mazlish, “Como Falar Para Seu Filho Ouvir e Como Ouvir Para Seu Filho Falar” das mesmas autoras, além dos livros citados “O educador e a Moralidade infantil: uma visão construtivista, da Telma Vinha e dos livros “A construção da solidariedade e a educação do sentimento na escola” e “A formação da personalidade ética: estratégias de trabalho com afetividade na escola” da Luciene Tognetta que trazem os jogos dos sentimentos, além de importantes esclarecimentos.
      Anna karolina pela equipe GEPEM.

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  9. Oi Dra. Luciene,

    Eu e minha esposa assistimos sua palestra em outubro de 2012 na cidade de Socorro/SP, a convite da escola Viverde Trenzinho. Ficamos realmente impressionados com sua clareza e sensatez. Parabéns! Com certeza saímos de lá melhor do que entramos.
    Estou escrevendo hoje porque precisamos de sugestões. Nosso filho tem 3 anos e meio e ele é adotivo. Está conosco desde a primeira semana de vida.
    NUNCA sequer imaginamos a possibilidade de NÃO falar sobre a adoção com ele, mas como fazer isso???
    Ele já tem idade pra ir entendendo, mas para nós é tão natural - ele é nosso filho e pronto, que qualquer abordagem para falar do assunto com ele nos trava, parece que fica forçado, desnecessário. PARECE QUE ESTAMOS TENTANDO EXPLICAR UMA DIFERENÇA QUE PARA NÓS NÃO EXISTE.
    Se puder nos passar exemplos de como abordar o assunto com ele de maneira natural e dicas de livros infantis sobre o assunto e onde encontrá-los, agradeceremos muito. Um abraço, Marcos

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    1. Caro pai,
      Temos a alegria de receber sua mensagem porque pudemos perceber que trouxemos alguma contribuição. Imaginamos a angústia com o problema vivido. Por isso, buscamos ajuda da professora Ana Maria Aragão que é professora doutora da Faculdade de Educação da Unicamp e nossa parceira no GEPEM.
      Um abraço carinhoso
      Luciene Tognetta

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    2. Caro pai,
      A adoção é algo absolutamente comum, mais corriqueiro do que imaginamos, até, mas que enfrenta muuuuitos tabus ainda...
      Sou mãe adotiva de uma menina-mulher de 20 anos e, desde que ela nasceu, lhe dizia (mesmo sem ela entender!) que “uma mulher emprestou a barriga pra mim, pois não conseguia fazer você na minha barriga!”
      Isto foi algo que foi sendo tratado e trabalhado como algo corriqueiro mesmo.
      Nunca, em hipótese alguma, usei a expressão “sua mãe verdadeira” ou “sua mãe biológica”, pois isto só iria trazer complicações para a sua cabecinha.
      Sempre me referia a ela (mãe biológica) como a “mulher que me emprestou a barriga”...
      Concordo plenamente com você que a diferença não existe. Costumo dizer que “independente de onde ela tenha saído”, ela é minha filha e pronto.
      Mas as pessoas, de um modo geral, não pensam assim...
      Uma vez, quando ela tinha uns 5 anos, resolveu contar na escola sua história (não nasci da barriga da minha mãe, uma outra mulher lhe emprestou a barriga) e, ao final, uma criança lhe disse “sabia que vou pra Disney em julho?”, tratando como se aquilo fosse só algo diferente na vida da minha filha, que realmente não tinha tanta importância.
      O grande problema sempre foram os adultos, as mães de algumas crianças.
      Uma vez, uma amiga da minha filha esperou que ela saísse de perto e me perguntou: “Tia, quem é a verdadeira mãe da Bia?” e eu lhe disse: “Sou eu! Muito prazer!!” e lhe dei a mão em cumprimento. A minha filha viu aquilo e se aproximou e disse: “o que foi, Mãe?” e eu, “Nada, Filha, ela ta querendo saber da sua adoção” e ela respondeu: “ah, ela ta querendo saber se a gente se ama?”. Pronto, simples assim... Mas tem que ser simples também para a gente...
      As vezes, quando não é possível defender minha filha destes adultos e crianças que lhe fazem perguntas ou comentários que lhe diminuem, eu digo a ela: “Filha, tem pessoas boas e más no mundo, pessoas legais e outras nem tanto. Não podemos agradar todo mundo, principalmente aquelas para quem um simples detalhe da vida de uma pessoa passa a ser um problema...”
      Acho também que quanto antes for contado, melhor.
      Principalmente se para você (como para nós) a diferença não existe.
      O livro da Luciene (“o medo da Bia”) conta a história da minha filha, Bia, que respondeu daquela forma a uma amiga chata que vivia querendo falar sobre a adoção.
      Se quiser, podemos conversar ao vivo ou por telefone.
      Quando e se acharem necessário.
      (19) 8149 9029.
      Ana Maria Falcão de Aragão
      Departamento de Psicologia Educacional
      Faculdade de Educação
      Universidade Estadual de Campinas SP Brasil

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    3. Obrigado Ana Maria, você nos ajudou muito. Vamos seguir sua experiência e lhe contamos depois os resultados. Obrigado mesmo pela atenção dispensada ao meu questionamento, por dividir sua história e por deixar um canal aberto para esclarecermos nossas dúvidas, isso é de uma generosidade incomum. Que Deus abençõe você, a Bia e toda sua família. Um abraço, Marcos

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  10. Oi pessoal, tudo bem?
    Minha amiga tem uma filha de 7 anos e está com uma dificuldade na escola. Toda vez que chega a hora de fazer algum exercício, ela fica muito ansiosa. Pode ser exercícios de matemática, português, ou até mesmo na quadra. Ela sente a necessidade de acertar tudo e não errar nada. Só que isto está gerando sintomas físicos, ela sente dores na barriga.
    Ela pede pra ir embora e já chegou a ligar para a mãe. Minha amiga a acalmou pois sabe que a "dor de barriga" é ansiedade.
    Ano passado ela teve uma professora rígida e brava, pode ser que isto tenha colaborado.
    O que ela pode fazer para ajudar a filha a superar tudo isto?
    Obrigada, beijos,
    Ariane

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    1. Oi Ariane, tudo bem?
      Lendo o seu caso, podemos fazer algumas reflexões... Primeiramente, acho interessante pontuar que a criança não é tao perfeccionista por causa de uma professora rígida no ano passado. Lógico que as professoras deixam marcas nas relações que estabelecem com seus alunos, mas me parece que a criança não se dá o direito de errar e nem de ousar, e isso pode ter relações com outras questões que envolvem, também, outros contextos... Seria interessante sim conversar com a nova professora, para que ela seja mais flexível nas exigências com a criança, usando uma linguagem mais descritiva (sem julgamentos e elogios que digam respeito à personalidade, mas que descrevam a ação ou o resultado da ação da criança...) Isso diminuirá a ansiedade e a dependência de ser reforçada positivamente e a trará a real dimensão do que alcançou (o que gerará mais segurança). Isso vale em casa também... A família também poderia ajudar com jogos/brincadeiras em casa que tivesse uma competição, mas que exigisse mais sorte do que estratégia, para que ela consiga lidar com a perda sem se sentir tão culpada... (jogos de tabuleiros com dados são bons para isso!) A família também tem que se rever quanto às exigências na rotina... Levar as coisas de forma mais flexível, com menos rigor... Refletir também sobre o valor que é atribuído ao "sucesso" é, também, uma outra possibilidade... Devemos ter cuidado com o que os nossos olhos contemplam, pois os das crianças também passarão a contemplar... Se o problema persistir com a mesma intensidade, vale recorrer a uma psicoterapia infantil para fortalecê-la... O critério é sempre o sofrimento e o quanto a ansiedade prejudica a qualidade de vida e das relações da criança... Bom, espero ter ajudado!
      Um abraço,
      Carolina

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    2. Oi Carolina.
      Muito obrigada pela sua ajuda.
      Mostrei para minha amiga e ela gostou. Ela disse que jogam jogos de dados e de fato a Clara não gosta de perder, como algumas crianças.
      Grande abraço.
      Ariane

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  11. Olá,
    eu gostaria de saber o que eu faço com meu filho que não quer mais ir para a escola porque tem um menino que fica atormentando e irritando-o.
    MArilene

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    1. Olá Marilene,

      Imagino sua angústia em ver seu filho incomodado com algo que está acontecendo na escola, a ponto de não querer mais frequentar as aulas.
      Penso que, primeiramente, seja necessário ter uma conversa sobre esse caso com a professora. E por que falar com a professora? Pois este é um caso que exige INTERVENÇÃO DIRETA por parte do professor, no momento em que isso acontece. Claro que haverá outros meios indiretos que a professora poderá se utilizar para, ao longo do tempo, resolver esse conflito, mas vamos pensar no que pode ser feito na hora.

      Seu filho precisará ser encorajado a solicitar a ajuda da professora nos momentos em que isso acontecer. Assim, a professora deverá ajudar seu filho a expressar os seus sentimentos ao amigo com relação a tais atitudes, mostrar seu incomodo. Após isso, deverá ainda questiona-los sobre o fato ocorrido, perguntando ao amigo o porque de tal atitude. Nesses momentos, poderá aparecer (ou não) argumentos inimagináveis como "eu estava querendo isso ou aquilo", "não sabia que te irritava tando...". Ele deverá ser questionado também sobre que outros meios ele poderia utilizar-se para demonstrar isso a seu filho, pensar outras possibilidades. E o que poderão fazer daqui para frente que isso não volte mais acontecer.

      E isso não se dá de uma hora para outra, seu filho precisará se colocar (com a ajuda da autoridade, se preciso) por muitas vezes... para isso, a professora deverá estar bem atenta e ciente da intervenção adequada para que seu filho não fique exposto perante o grupo.

      Espero te-la ajudado,
      Sanderli Bicudo/GEPEM

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  12. Olá! Olha eu aqui de novo para auxiliar outra amiga..rs
    Ela tem um menino de 4 anos. Vou copiar e colar alguns trechos de nossa conversa:
    "O Lucas tá muito difícil, ele só grita!. Faz escândalo para tudo, para pedir algo para comer que ele não acha no armário faz birra, pra tomar banho então...só por Deus...a vizinhança me olha querendo perguntar o que tá acontecendo...eu tento me controlar, me informo, conversoooooo muiiiiito com ele, ele pede desculpas mas passa 5 min ele começa tudo de novo! Quando minha mãe tá perto a coisa piora...ele grita ainda mais, tento conversar e ele grita que parece que a corda vocal dele não vai aguentar...vc não imagina como é o grito dele....praticamente toda tarde ele está super rouco.
    O Marcio(pai) tenta o mesmo, mas com o pai ele não grita muito não. O Lucas também não aceita que eu faça nada por ele...como dar banho...colocar roupa...se é contrariado então, o negócio fica complicado...na hora do almoço quer chocolate...quer leite...mas se vc der o tal chocolate ou leite...ele come bem comida depois...quando estou sozinha em casa ou com minha mãe a gente às vezes até faz isso, mas se o Marcio está em casa e isso acontece aí vira um problema mesmo, pois ele não aceita dar isso antes do almoço de jeito nenhum...não é fácil."
    Acrescento que ela acabou de ter um bebê. Penso que tal comportamento pode ter se agravado com a chegada da irmã por conta do ciúme.
    Agradeço a atenção de vocês,
    Abraço,
    Ariane Michelini

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    1. Olá,
      Sou Anna Karolina, membro do GEPEM e procurarei ajudá-la:

      Que bom que sua amiga tem uma amiga comprometida como você! Imagino o quanto deve estar sendo difícil para ela passar por essa fase, ainda mais com um novo bebê, mas vamos por partes.
      Como você mesma afirmou, uma nova criança, mexe com as estruturas da casa e com o Reizinho (veja coleção “Reizinhos” de Luciene Togneta, editora Adonis) que tem nela o seu palácio!
      Coloquemo-nos em seu lugar por uns instantes: seu trono parece estar sob forte ameaça, um alguém que antes imperava soberano, precisa hoje dividir o seu reino... Sentimentos ambíguos devem estar passando por sob sua cabeça, assim, o Lucas possivelmente está testando os pais e a avó para verificar até onde vão os seus limites desse seu novo espaço.
      Ele precisa muito nesse momento que seu trono seja assegurado, claramente. Nesse “Reino-Família” há lugar para as duas crianças, e para tantos mais chegarem, mas é preciso passar-lhe segurança de que seu lugar está garantido. E fazemos isso com muito diálogo, prestando-lhe atenção, e, principalmente respeitando e trabalhando os seus sentimentos, é essencial que os pais e a avó reconheçam os sentimentos do Lucas, porque mesmo que não queiramos, sentimos medo, raiva, saudade, tristeza.
      Isso pois os sentimentos são a energia das ações e os reconhecemos ao ouvirmos atentamente o que as crianças têm a dizer e lhe descrevemos de volta tudo o que falou com a nossa interpretação sobre o fato, sem, no entanto, fazermos acusações ou julgamentos, nos exemplos da autora: “Imagino que você esteja com muita raiva do que aconteceu...” ou “estou vendo o quanto você está chateado...”; “puxa vida, você quer o chocolate... é tão bom comer chocolate, não?”
      Tudo isso contribuirá também em relação aos seus gritos, ele precisa ser incentivado a falar sobre o que quer e sobre o que sente, sem precisar utilizar-se dos gritos, assim, sempre que isso ocorrer é preciso parar o que se está fazendo e afirmar à criança (abaixada a sua altura e olhando em seus olhos) que está ali o ouvindo e que não é necessário gritar, não converse e nem o atenda quando estiver aos berros, afirme com voz firme (mas sem gritar, claro) que vai aguardar que se acalme para que possam conversar com voz baixa. Se ele bater, segure com firmeza e cuidado seu braço e diga-lhe: “sua mão não fala, diga-me com palavras o que você quer”. Se ele se jogar no chão, continuar com as birras, diga-lhe “ quando você se acalmar, podemos voltar a conversar”. E quando ele se acalmar, fale com ele sempre fazendo-lhe perguntas sobre como poderia ter resolvido o problema de outro jeito, o que podem combinar para uma próxima situação...
      Uma última questão seria a coerência entre os pais, é melhor que cheguem a uma decisão sobre o que pode ou não pode, pois isso, certamente deixará a criança mais segura. Você pode dar escolhas para ele na hora da refeição: você prefere comer a comida salgada e depois comer o chocolate ou não comer nada, meu filho? Se ele continuar a birra, é porque escolheu não comer. Sofra por dentro, mas não demonstre. Permaneça firme, com calma que em próximas vezes ele escolherá pela comida se tiver fome...
      Esperamos ter ajudado e nos colocamos a disposição.
      Ah, você pode usar de um material para brincar com o Lucas e assim ajudá-lo a se conhecer. Perceber seus sentimentos é essencial ao autocontrole, assim o Lucas somente poderá controlar-se ao se conhecer, pois não controlamos o que não conhecemos: há vários jogos que trabalham os sentimentos (ver Tognetta 2003; Tognetta 2009 da editora Mercado de Letras, Coleção “Reizinhos”, Coleção “Medos que a gente tem” e Coleção “Pode ou não pode” da editora Adonis) são ótimos aliados no trabalho com “reizinhos” tão especiais como o Lucas.
      Um grande abraço

      Anna Karolina

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    2. Nossa Anna Karolina, que super resposta. Lembrei de muita coisa que aprendemos no curso da Luciene. Aplicamos aqui em casa e tem dado certo. Vou copiar e colar sua resposta para a minha amiga, além de indicar o blog, é claro.
      A Luciene tem uma super equipe! Parabéns pelo belo trabalho. Eu tenho dois livros do Reizinho,vou dar um exemplar a ela. Esses dias eu dei "O Medo da Bia " para aquela outra amiga que você também me auxiliou.
      Grande abraço ,
      Ariane Michelini

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  13. Olá, em primeiro lugar gostaria de agradecer a palestra realizada aqui em Bertioga pela prof Luciene muito boa fiquei encantada, adoraria ser aluna dela rsrs..Tenho inúmeras dúvidas tanto como mãe como estudante, realmente abriu possibilidades para mim, que sou mãe de 3 crianças e estudante de pedagogia. Há algum tempo venho pesquisando sobre o assunto, li alguns livros, e confesso que até alguns da Super Nanny. Sou filha de uma mãe autoritária e infelizmente meu esposo também, então herdamos esse autoritarismo deles, que pude ver quais as consequências nos nossos filhos na palestra da prof Luciene. Pois bem, estou tentando colocar em prática alguns dos conceitos que vi na palestra, mais a cada situação aqui em casa, um ponto de interrogação se faz em minha cabeça.
    Uma situação que ocorreu ha algum tempo, foi com minha filha de 9 anos, a mais velha. Saí para trabalhar, e deixei algumas recomendações para ela, coisas do tipo arrumar a bagunça e colocar as coisas no lugar, e que ela não poderia entrar na internet, pois eu não estaria em casa. Então resolvi ligar para casa, e ela atendeu o telefone rapidamente(que fica ao lado do pc) logo percebi que ela estava mexendo, perguntei e ela disse que não, mais não acreditei e quando cheguei em casa, perguntei de novo, então ela disse que sim que mexeu, além de ter mentido não tinha feito nada do que eu tinha mandado. Fiquei brava, e disse que iria pensar sobre o assunto, conversei com o pai, fiquei preocupada pois se tratava de algo sério que envolvia confiança e caráter, logo pensei não posso deixar pra lá tenho que tomar alguma atitude e decidimos que ela iria ficar de castigo. Ela iria para o cinema com a turma, e esse foi o castigo, ela não foi para o tal cinema, expliquei o porque, e lógico ela chorou. Fiquei mal e não sei se agi certo, mais agora acho que não, mais também não sei o que deveria ter feito. Conclusão, qual seria o modo certo de agir em uma situação dessa? Ou seja, depois da criança já ter feito o que não deveria como devo agir? Desculpe o longo texto!
    Ah uma outra dúvida, qual a melhor idade para uma criança mexer na internet e principalmente ter um Facebook?

    Desde já agradeço, é muito bom ter uma ferramenta dessa!!! E gostaria muito de fazer esse Curso para Pais...

    Abraços Talita Santos

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    1. Oi Talita! Ficamos felizes com a sua confiança em nos procurar! Em primeiro lugar, é importante ressaltar que é preciso mesmo existir um cuidado dos pais com relação ao uso da internet pelos filhos, ainda mais quando eles têm somente 9 anos! Tanto que o próprio Facebook tomou algumas providências: o perfil de pessoas entre 13 e 17 anos, por exemplo, só pode ser visto por seus amigos, amigos de amigos ou instituições que eles sejam ligados, como a escola. Algumas proteções adicionais fazem com que as linhas do tempo e postagens dos adolescentes não apareçam em resultados de pesquisas públicas.
      Com relação aos pais, esse cuidado, deve ser feito, prioritariamente, por meio de um diálogo respeitoso, claro e firme. Sentar junto ao computador e mostrar a ela os perigos reais e as possíveis formas de ser enganada por pessoas que não tenham boas intenções. É preciso também conversar sobre o que deve ser de domínio público e o que deve ser de domínio privado, esclarecendo, por meio de exemplos e de uma linguagem que ela compreenda, as consequências de uma exposição inadequada. Além disso, é preciso que seja explicitado a importância da confiança na relação entre as pessoas. O monitoramento total nunca será possível,Talita, então é preciso investir na relação de vocês, na confiança estabelecida entre ambas. Para a pesquisadora do nosso grupo, Adriana Ramos, "as crianças ainda não possuem recursos cognitivos que permitam se defender, até os 12 anos de idade. Elas não têm capacidade de distinguir entre o que é bom ou ruim. Dessa forma, as redes sociais são o lugar perfeito para serem ludibriadas. Nessa idade as crianças ainda não tem a mesma capacidade de compreensão da realidade como um adulto, e ficam expostas as informações e pessoas que circulam na rede".
      Outra questão que você relata é sobre o castigo aplicado... Parece que a sua intervenção lhe deixou um tanto insegura, não foi? Acredito que sua intenção foi, sabiamente, a de não deixar pra traz questões que envolvem sim a formação moral de sua filha. Acontece que o castigo aplicado gerou mais raiva do que realmente aprendizagem... Provavelmente, da próxima vez, ela não assumirá. Ou não desobedecerá por medo da punição, mas não porque realmente compreendeu os princípios envolvidos. Arcar com as consequências naturais da ação é uma boa saída para gerar reflexão. Nesse caso, a perda da sua confiança. Como a desconfiança impactará a convivência de vocês, da família? Ela precisa vivenciar isso... Outra coisa a destacar é que, apesar da desobediência, ela contou a verdade pra você e essa ação deve ser valorizada: "mesmo sendo difícil, você me contou a verdade e eu fiquei muito feliz com isso..." Esperamos ter ajudado um pouquinho!
      Um abraço!
      Carolina Aragão - GEPEM

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    2. Talita, querida, segue mais uma resposta de outra integrante do GEPEM.
      Um abraço carinhoso,
      Luciene
      Cara Talita,

      Você tem razão quando diz que não podemos deixar para lá situações que mexem com os nossos valores, sob o risco de que as crianças pensem que suas más ações não nos importam. Compreendo sua aflição e ansiedade quanto a lidar com tudo isso, mas precisaremos ir por partes, ela tem 9 anos e fica sozinha em casa todos os dias enquanto você trabalha pelo que pude entender. Penso que seria melhor deixá-la com alguém de confiança durante esse período mesmo para que você possa ficar mais tranqüila, pois imagino que isso seja um dos fatores que tem lhe preocupado, pois você percebe que ela ainda precisa de supervisão, o que é o esperado mesmo para a idade em que ela se encontra.
      O fato de ela ter mentido sobre não ter entrado na internet, porém, parece-me o ponto central da sua pergunta. Entendo que isso tenha lhe preocupado em demasia e quero pensar com você acerca de algumas questões: Como você reagiria ao telefone se ela afirmasse que de fato estava na internet? O que será que ela temia ao confessar que havia realmente lhe desobedecido? Nessa situação ela resolveu mentir ao afirmar que não estava no computador, porém o fato de lhe contar assim que você chegou demonstra também que ela havia se sentido mal ao agir assim, o que já mostra que ela entende o valor da verdade na relação de vocês duas e sabemos que essa ação que ela teve não foi fácil, pois, de acordo com Vinha (2000) “por medo das punições as crianças podem não confessar um delito, mas sentem-se culpadas por isso” (p. 568), para Ginnot (1989) se queremos que as crianças construam o valor da honestidade precisaremos estar preparados para ouvir verdades agradáveis e desagradáveis também. Precisamos valorizar o fato de ela ter dito a verdade, ainda que depois de ter negado, o que faz com que a confissão fique ainda mais difícil, pois para LaTaille (1991) esse momento é o momento em que precisamos falar de nós mesmos quando, ao contrário, preferiríamos nos calar por medo de sanções ou humilhações por parte dos que a rodeiam.
      Queremos dizer com tudo isso que ela fez algo bem difícil, que precisamos valorizar, para que compreenda que é algo importante para nós. O grande problema da mentira é que ela abala as relações de confiança, e é nesse sentido que deveria ser sua sanção, com algo que a fizesse perceber que a sua confiança nela foi abalada e que precisa ser reconquistada, assim, ao invés de ficar sem o cinema com as amigas, ela deveria reparar seu erro, com algo que tivesse relação direta com o que ocorreu.
      Os perigos da internet são muitos, como sabemos, precisaremos ajudar nossas crianças a não caírem em suas armadilhas com muito diálogo, com acompanhamento, com informações, combinados e confiança. Contudo é importante deixar claro que você confia nela, mas não nas pessoas por detrás da tela do computador. Mais do que proibir simplesmente precisamos instrumentalizar as crianças a usar esses meios com segurança. Também emocionalmente, pois há diversos “lobos em pele de cordeiro” na internet, e muitas fantasias pelo mundo chamado virtual, que configuram ciladas constantes. Porém há muitas coisas boas, sites educativos, ambientes virtuais riquíssimos em aprendizagem. É preciso saber fazer boas escolhas e as crianças precisam de nós para isso. A proibição, ás vezes, pode ser o caminho mais fácil, mas não o mais eficaz, pois poderemos fazer com isso com que a criança busque fazer escondido, o que é o que mais tememos. Assim, o bom senso, uma relação de confiança e, claro, restrições quando necessárias são um bom caminho para você trilhar junto com a sua filha.
      Espero que esse caminho possa ser vivido por vocês duas, com ricas convivências e aprendizagens...
      Abraços
      Anna Karolina pela equipe GEPEM.

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  14. Muito obrigado, a equipe. Realmente vendo por esse lado, mais afetivo e a relação de confiança, ficou bem mais fácil de chegar a um consenso de como agir em uma situação dessas. Consegui ter uma visão mais ampla, e dar importância ao fato de que minha filha admitiu, e de certa forma, seu caráter tem sido influenciado positivamente, e também não tinha alisado como há uma relação de confiança entre nós duas, vocês me ajudaram a ver isso. E realmente fiquei com essa questão em mente: Como teria sido minha reação se ela tivesse confessado para mim no telefone. Acho que bom senso é palavra chave. Na questão sobre internet, compreendi perfeitamente, ela até já está tendo acesso, porém supervisionado. Tenha certeza agora, então que meus motivos foram válidos porém os meios nem tanto, e não valorizei essa relação de confiança entre eu e minha filha.

    Muito Obrigada Carolina, Anna e equipe GEPEM

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  15. Boa tarde equipe do GEPEM,

    Venho hoje pedir uma ajuda com relação ao meu filho. Ele acaba de completar 3 anos, teve um desfralde tranquilo, por volta de 2 anos e dois meses e nunca tivemos problemas. Seu intestino sempre funcionou muito bem, evacuava uma vez por dia. De um mes para cá vem dizendo que tem muito medo de fazer coco, porque vai doer. Entao ele segura o tempo que consegue, normalmente 3 ou 4 dias e só faz quando nao aguenta mais mesmo. Ele nao é ressecado, inclusive toda vez depois que faz ele me diz "mamae nao doeu..." mas no outro dia começa tudo denovo. Já estou desesperada, o pediatra dele esta viajando e me disse que assim que voltar vai atende-lo, mas que acredita que o problema é mesmo psicológico e nao organico. O que gostaria de saber é como devo agir, eu procuro nao pressiona-lo, na verdade nem toco no assunto, mas quando vem a dor de barriga e a vontade ele chora, grita e se agarra em mim pedindo socorro, pede que eu faça alguma coisa, eu digo que estou ali, com ele, que vou ajuda-lo e tento senta-lo no vaso, ele até senta, mas quando ve que o coco vai sair grita e pede pra sair do vaso. Tenho tentado demonstrar tranquilidade e segurança, mas por dentro meu coração fica em pedaços. Eu e meu marido nao sabemos mais o que fazer. Se for possivel, conto com a ajuda de voces...acompanho site frequentemente e tenho aprendido muito!!!
    Ah lembrei que uma vez que viajamos, em janeiro deste ano, ficamos 1 semana na casa de minha sogra ele segurou o coco, mas quando retornamos tudo voltou ao normal.
    Obrigada desde já!!!!
    Fernanda

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    1. Olá,
      imagino a angústia que estão passando ao presenciar tamanho sofrimento de seu filho... Acredito que passar pelo pediatra será importante para descartar qualquer causa orgânica para o caso. Como você mesma diz que as fezes não saem ressecadas, alguns outros pontos podem ser analisados. A retenção de fezes está sim relacionada a questões emocionais, principalmente com a ansiedade, ou seja, é uma forma da criança mostrar que alguma coisa não está bem. Fico feliz por, embora ficarem com o coração partido, não pressionarem ou brigarem com a criança no momento de crise. O movimento de vocês deve incluir: tentar identificar alguma mudança na rotina ou na vida afetiva, como por exemplo, entrada na escola, mudança de babá, empregada, professora ou auxiliar de classe, falecimento de alguém significativo, incluindo até mesmo um animal de estimação. Mudança significativa na vida familiar também deve ser analisada: mudança de trabalho, de casa, alteração na rotina... É preciso rever também o nível de exigência ou de autoritarismo nas relações com a criança... Ele é escutado em suas vontades? Tem algum poder de escolha/decisão em suas atividades rotineiras? Existe algum espaço para expressar seus sentimentos em sua rotina ou tudo tem que ser feito do jeito dos pais? As causas podem ser múltiplas e cabe a vocês analisarem. O importante é que criem espaços para conversar com a criança sobre isso (ouvi-la, principalmente). Outro aspecto diz respeito ao momento de grito e choro. Ficar perto sem se alterar, dizer para a criança que entende que está com medo, mas que está ali para ajudá-la e acolher quando conseguir, descrevendo o seu esforço e a sua conquista, são bons caminhos. Também é interessante buscar alguma literatura infantil que trate sobre o tema, para conversarem sobre o assunto nos momentos em que ele não está tão angustiado. O lúdico também sempre ajuda: criar um "amigo do banheiro" (boneco ou personagem qualquer) que o acompanhe e converse também pode ser interessante. Se o problema persistir ou se o sofrimento de vocês tiver mesmo insustentável, vale a ajuda de um profissional da Psicologia. Espero ter ajudado! Um abraço, Carolina Aragão - GEPEM/UNICAMP

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  16. Muito obrigada pela ajuda Carolina!
    Estamos tentando agir dessa maneira, espero que as coisas voltem ao normal assim que possível. Ele tem bastante espaço para fazer suas escolhas e procuramos sempre ouvi-lo com relação aos seus sentimentos. Entretanto estamos realmente com 2 grandes mudanças prestes a acontecer: estou gravida de 7 meses e em breve nos mudaremos para uma casa nova, deixando assim a casa de meus pais, onde moramos por pouco mais de 1 ano, o período de construção. Embora ele pareça empolgado com ambas, imagino a ansiedade que ele possa sentir.
    De qualquer forma muito obrigada pelas palavras acolhedoras e espero retornar com boas noticias em breve!
    Um abraço,
    Fernanda

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  17. Boa noite equipe do GEPEM!

    Meu filho tem 3 anos e meio e eh muito apegado a sua chupeta. Sabemos que ja passou da hora de retira-la, mas o tempo foi passando e agora ele esta com uma irmazinha de 3 meses entao achamos melhor esperar mais um pouco. Gostaria de algumas dicas para saber como podemos tornar esse processo menos custoso emocionalmente ao nosso pequeno. Ja tentamos reduzir seu uso apenas ao momento de dormir, mas ai ele acabava pedindo pra ir dormir o tempo todo...percebemos que ate sua alimentacao esta sendo prejudicada...ja tentamos convence-lo de trocar por um grande preente, de entregar ao papai noel, a fada da chupeta...ele nega de todo jeito e diz que nao precisa de presentes, que ele gosta mesmo eh de sua chupeta e que sentra muita saudades se de alguma forma se desfizer dela...o que devemos fazer???

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    1. Boa noite Fábio,
      Como vai? Veja, do ponto de vista da saúde talvez seja um problema maior ele ficar com a chupeta mas não do ponto de vista psicológico. Ele precisa dela como um objeto transicional neste momento tão importante em que um novo integrante da família chegou. É seu ponto de segurança. É seu apoio.
      Temos depoimentos de dentistas que são mais do que isso, e entendem do desenvolvimento infantil a ponto de confirmar que o “custo benefício” é maior deixando a chupeta por enquanto sem muito prejuízo para depois. A dentição poderá ser corrigida, a “cabeça”, mais difícil... então, aquiete seu coração e permita que seu filho possa se fortalecer neste momento. Mais tarde, quando ele estiver com mais idade (4 anos a 4 anos e meio) você pode negociar com ele de tirar aos poucos, somente a noite ou mesmo entregá-la por um desejo maior ao papai Noel.
      Por enquanto, ele precisa dela.
      Um abraço
      Equipe GEPEM.

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